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Declínio proibicionista

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Declínio proibicionista

Fonte: Folha de S.Paulo – Editorial

11/05/2014 – Domingo

A lei que legaliza a maconha no Uruguai, aprovada há cinco meses pelo Poder Legislativo, foi promulgada pelo presidente José Mujica. A droga poderá ser obtida pelos residentes do país por meio do cultivo doméstico, de clubes de usuários ou diretamente em farmácias, que irão comercializar a produção controlada pelo Estado.

A legislação uruguaia vai além da liberação do consumo e do plantio caseiro, já aprovados em países como Portugal e Holanda. É a primeira vez que um governo promove a regulamentação de um mercado nacional com regras para o cultivo, a venda e o uso da maconha.

O Uruguai transforma-se, assim, numa espécie de laboratório para a formulação de novas políticas relativas às drogas, numa época em que as estratégias repressivas são cada vez mais criticadas.

Veio da prestigiada London School of Economics and Political Science (LSE) o mais recente apoio à visão liberalizante. Com o endosso de cinco prêmios Nobel de Economia, estudo divulgado na quarta-feira repisa problemas do proibicionismo, cujos resultados têm-se revelado pífios, e sugere duas linhas básicas de atuação.

A primeira é a transferência de recursos hoje destinados à repressão para programas de saúde, prevenção e redução de danos. A segunda é a legalização, que precisaria ser monitorada a fim de que se identifiquem estratégias eficazes.

O relatório da LSE soma-se a uma longa série de manifestações em favor de políticas inspiradas na racionalidade econômica e na experiência acumulada no terreno da prevenção e do tratamento. Estão no grupo intelectuais e personalidades políticas de prestígio internacional, como os ex-presidentes Bill Clinton, dos EUA, e Fernando Henrique Cardoso, do Brasil.

É forçoso reconhecer que a restrição às drogas tem gerado uma série de efeitos colaterais –despesas públicas exorbitantes, criminalidade, corrupção e aumento de população carcerária– sem conseguir impedir sua produção e distribuição em escala global.

Como o próprio documento da LSE admite, porém, não há uma fórmula testada e aprovada para resolver o problema das drogas. Esta Folha reconhece as incertezas quanto às novas abordagens, mas considera que o caminho do proibicionismo esgotou-se.

Progressos somente ocorrerão se o consenso internacional avançar, sem preconceitos, rumo à descriminalização do consumo e à paulatina legalização das drogas, que seriam objeto de campanhas educativas semelhantes às existentes em relação ao álcool e o tabaco.

Semana antiproibicionista da USP, a partir da próxima semana

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Semana antiproibicionista da USP, a partir da próxima semana

Evento no Facebook, confirme presença!

A FUMA (Frente Uspiana de Mobilização Antiproibicionista) vem orgulhosamente convidar a todxs para participar da “SEMANA ANTIPROIBICIONISTA NA USP”, que já se tornou uma tradição nesse período de mobilização para a Marcha da Maconha, e vem, mais uma vez, promover o debate na Cidade Universitária!

Segunda-feira (07/04):

18h – “ANTIPROIBICIONISMO NO BRASIL E NO MUNDO” (LOCAL: “Morrinho” da História e Geografia)

Debatedores:
HENRIQUE CARNEIRO (confirmado) – prof. de História da USP, especialista em história das drogas e dos alimentos.
JULIO DELMANTO (confirmado) – organizador da Marcha da Maconha, militante do coletivo DAR, e formado Mestre com a tese “Camaradas Caretas”, que debate a relação da esquerda com as drogas.
RENATO CINCO/JEAN WYLLYS (a confirmar) – Militante do movimento antiproibicionista, eleito vereador no RJ. / Ativista do Movimento LGBT e de Direitos Humanos, eleito Deputado Federal pelo RJ, autor do Projeto de Lei 7270, de Legalização da Maconha
REDE PENSE LIVRE (a confirmar) – iniciativa do Instituto Igarapé que articula e constrói a transformação na política de drogas.

Terça-feira (08/04):

16h20 – Cine Verde (filme no Espaço Verde – Prédio de FIlosofia e Ciências Sociais)

18h – “DROGAS, MÍDIA E ARTE” (LOCAL: Espaço Verde – Prédio de FIlosofia e Ciências Sociais)

Debatedores:
GABRIELA MONCAU (confirmada) – jornalista e autora de várias matérias conceituadas sobre o tema, organizadora da Marcha da Maconha e militante do Coletivo DAR.
MARCIA TIBURI (confirmada) – filósofa, escritora, mãe da Malu, professora de Pós-Graduação em Educação, Arte e História da Cultura do Mackenzie. Colunista da Revista Cult.
PONTO DE CULTURA do CENTRO DE CONVIVÊNCIA É DE LEI (a confirmar) – Um projeto que desenvolve atividades culturais vinculadas às estratégias de redução de danos.
BNEGÃO (a confirmar) – cantor e compositor brasileiro de rap.

21h – “Terça i Fuma” (festa) com bandas!

Quarta-feira (09/04):

18h – “DE BRAÇOS ABERTOS PARA A CRACOLÂNDIA?” (LOCAL: Anfiteatro da Geografia)

Debatedores:
THIAGO CALIL (confirmado) – psicólogo, agente redutor de danos na região da cracolândia há mais de 7 anos, mestrando em Saúde Pública sobre o tema, e coordenador do “Centro de Convivência É de Lei”.
RUBENS ADORNO (confirmado) – antropólogo, prof. da Faculdade se Saúde Pública da USP, possui interessantes formulações, reflexões, pesquisas e publicações sobre a “Cracolândia”.
ANTONIO LANCETTI (confirmado) – psicólogo, militante da Luta Antimanicomial, com trajetória de formulação sobre políticas públicas de cuidado.
DRAUZIO VARELA (a confirmar) – médico oncologista, cientista e escritor, conhecido por popularizar a medicina no Brasil, através de programas de rádio e TV.
REPRESENTANTE DO PROGRAMA “DE BRAÇOS ABERTOS” (Prefeitura) (a confirmar)

Quinta-feira (10/04):

18h – “O BIXO TÁ PEGANDO NA QUEBRADA – A CRIMINALIZAÇÃO DAS PERIFERIAS” (LOCAL: “Prainha” da ECA)

Debatedores:
PAULO MALVASI (confirmado) – professor, pesquisador e estudante, fez seu mestrado e doutorado sobre drogas e sua relação com a periferia e as medidas sócio educativas.
BRUNO MAGALHÃES – Movimento “Nós da Sul” (confirmado) – movimento popular do Grajaú (São Paulo), que organiza a Ocupação Anchieta.
MOV. MÃES DE MAIO (a confirmar) – movimento independente de mães de mortos pela polícia e o Estado, que lutam por Memória, Verdade e Justiça.

21h – Quinta i Breja pró Marcha da Maconha (a confirmar)

Sexta-feira (11/04):

16h20 – Venha construir o “Beck Block”! Oficina de confecção de materiais para a Marcha da Maconha com xs artistas plásticxs Majori Alencar (a confirmar) e Victor Savarese (a confirmar).

18h – aula pública e debate sobre “História, Prática e Filosofia do Antiproibicionismo” com ANTHONY HENMAN (confirmado). (LOCAL: anfiteatro da geografia)

Anthony Henman realizou pesquisa de campo sobre o uso tradicional da folha de coca entre os indígenas paez, que foi publicada em 1978 em Londres (Mama Coca). Foi professor desta matéria na Universidade del Cauca, Popayán, Colômbia, e no IFCH-UNICAMP. Atuou como pesquisador e consultor sobre substâncias psicoativas no Conselho Estadual de Entorpecentes (CONEN-SP), no Parlamento Europeu, na Organização Mundial da Saúde, no Observatoire Géopolitique des Drogues (Paris), e no programa de prevenção da AIDS da Secretaria de Saúde do Estado de Nova York. Atualmente se dedica a uma pesquisa sobre as plantas maestras no Peru, especialmente a folha de coca, o cactus San Pedro (Echinopsis spp.), e a huilca (Anadenanthera colubrina).

22h – FESTA!!! “Festival entre sons” no Espaço Verde (Prédio de FIlosofia e Ciências Sociais) – o dinheiro arrecado na semana será investido na Marcha da Maconha de São Paulo, que acontecerá no dia 26 de abril.